sexta-feira, 10 de maio de 2013

Summertime

Sexta-feira de bom tempo, seis e vinte e seis da tarde e a excitação de uma criança de dez anos emerge pouco a pouco no meu estômago. Daqui a meia hora estou à janela de um carro, com os meus amigos de sempre, o vento na cara, um bom som e a eterna cerveja. Vou para onde fui mais feliz. Esse sítio, onde fui mais feliz, é precisamente o mesmo sítio onde sei já não poder encontrar essa felicidade que já vai. Mas não a encontro lá e em lado nenhum. É próprio de algumas coisas boas o facto de já não voltarem, de já não poderem voltar. Por isso não estou triste pela felicidade que já não posso ter, mas antes feliz por a ter tido. A felicidade sobre essa felicidade reside agora nas reminiscências desse tempo. E como foi bom esse tempo. E como é parecido, agora, revivê-lo. É por isso que vou, é por isso que continuo a voltar, é por isso que não corto o cordão. É ali, onde fui mais feliz, que sou mais feliz.