quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Um manifesto vestível e comprável (a partir do final de Março e também em preto)

Ponto prévio (aprecio esta forma de começar uma exposição, dá a ideia de que o assunto é sério e complexo (assim sendo, ponto prévio ao ponto prévio: este assunto não é sério, nem complexo)): como o título do estaminé indica de forma suficientemente clara, isto é um vlogue e não um blogue. Não se insere por isso na blogosfera. Insere-se e, enquanto único membro até à data, esgota a vlogosfera. Os vloggers que aqui escrevem - onde me incluo, uma vez que esrevo neste vlogue - arrogam-se por isso da autoridade e distância suficientes para poderem tecer as considerações - difamatórias ou não, isso não vem agora ao caso - que entender sobre a denominada "blogosfera" portuguesa, com particular destaque para a que se insere na classificação lifestyle/moda - esse antro de inúteis.

Ponto: A Sancha Trindade (blogger de ocupação, inútil de vocação) lançou um Manifesto Por Portugal. Antes de mais, obrigado Sancha. A parte de Portugal que me cabe, agradece-te do fundo do coração, embora não pelas razões que, provavelmente ansiavas. A Sancha, dizia eu, lançou "um manifesto para reagir a estes tempos frágeis e incertos que o nosso país atravessa". Uma ação meritória com certeza e que surgiu na cabeça da Sancha "depois de sentir que estava rodeada de portugueses congelados pelo medo. O mesmo medo que nos impede de reagir, perante os desafios que temos de enfrentar, todos os dias". Não ouso contestar a premissa do manifesto. Se a Sancha se vê rodeada de pessoas congeladas pelo medo é porque há pessoas congeladas pelo medo que a rodeiam de tempos a tempos. Pessoas congeladas pelo medo deve haver aos pontapés e longe de mim querer contestar isso. Mas a Sancha não se fica pela constatação de que as pessoas congeladas pelo medo, nos tempos que correm, são aos magotes. Não! Ela fez mais. Ela fez o tal manifesto. Para a elaboração do manifesto a nossa Sancha reuniu uma taskforce composta por - e é aqui que isto começa a cheirar a estrume - dois estilistas e uma senhora simpática que, segundo percebi, faz capotes alentejanos. Esta taskforce, munida da sua expertise na produção de manifestos, fez aquilo a que a Sancha já tratou de apelidar de "uma peça icónica". Fez uma capa. Sim. Uma capa. Mas não fez uma capa qualquer. Fez uma capa que é simultaneamente um capote, que retira inspirações de um capuz mas que no fundo não passa de uma idiotice, que também vem em preto, a partir de Março. "Então e o manifesto?", perguntam as pessoas congeladas pelo medo que rodeiam a Sancha. Esperem até experimentarem este manifesto e logo vêem se descongelam ou não desse medo. Fica o vídeo que explica toda esta maravilhosa perda de tempo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"O problema sou eu... Não és tu"

Quando o mundo inteiro já só encontra vontade para falar dos cento e tal cardeais que se vão reunir no conclave para decidir quem será o próximo a manter a igreja católica parada no tempo, eu prefiro levantar-me e aplaudir outro "conclave". Este sim, de magna importância, sem mariquices de chaminés com fumos às cores e com decisões que, verdadeiramente, mexem com as nossas vidas. Falo, obviamente, da luta greco-romana cuja existência neste planeta foi finalmente desautorizada por gente que só posso apelidar de "pessoas de bem". A partir dos Jogos Olímpicos de 2020 deixaremos de ter de ser submetidos a imagens de queixos a roçar em sacos escrotais suados para provar a virilidade de um desporto que, pura e simplesmente, deixou de fazer sentido por volta da mesma altura em que abusar de putos de 13 anos deixou de ser visto como um atestado de elevado estatuto politico-social.

Não que a justificação apresentada para esta decisão interesse muito para o caso, mas Mark Adams, porta-voz do Comité Olímpico Internacional, talvez temendo que uma turba de georgianos, rijos como pedra, lhe fossem bater à porta, tratou de dar a explicação.

"This is a process of renewing and renovating the program for the Olympics. In the view of the executive board, this was the best program for the Olympic Games in 2020. It's not a case of what's wrong with wrestling, it is what's right with the (other) 25 core sports."

Esta justificação é a cereja no topo do bolo que mais logo vamos todos comer para festejar este marco na salvaguarda da virilidade masculina. O Comité Olímpico Internacional acabou de comparar a luta greco-romana àquelas namoradas que só se põem na alheta com o recurso ao famoso "o problema sou eu... Não és tu!" e, se pensarmos bem, faz todo o sentido.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Palhaçada

Gostei de saber que ainda há crime do bom em Portugal - aqui. Aquele crime clássico, criativo, charmoso. O crime que os miúdos querem imitar e que suscita curiosidade e leve sorriso nos rostos adultos. Abomino o crime violento, o crime que semeia o terror, o crime que não se chega com mais do que o estritamente necessário para a prossecução do seu fim. Irritam-me os crimes de leste cujos resultados surgem à base da força. Assim, qualquer um pode ser mafioso. A simples inscrição num ginásio é a carteira de habilitação desses criminosos. Não há engenho, não há mérito no esforço, todo o capanga é fungível.

Crime sem arte devia ser crime.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

God made an ad



Aquele que, indiscutivelmente, foi o melhor momento publicitário do Superbowl. Um réclame do caralho é o que isto é! A Renault bem que podia por os olhos nestes gajos. "God made a farmer" está para "é apenas uma questão de tempo", como a Gisele está para uma poia com 3 semanas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Porque alguém já o disse antes de mim, limito-me a citar quem o disse

Odisseia, a nova série da RTP protagonizada por Bruno Nogueira e Gonçalo Waddington, é das melhores coisas que a televisão portuguesa já transmitiu (produções estrangeiras incluídas). Nunca senti o dinheiro dos meus impostos tão bem aplicado.