quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Saudade

Intróito: Este não é um texto bacoco de exaltação dos tugas. É só um texto de exaltação dos tugas. Porque o sou e porque tenho orgulho nisso. Bem sei que todos os povos são diferentes. Nem melhores, nem piores. Mas eu gosto dessas diferenças e gosto, sobretudo, das  idiossincrasias (ou seja, aquilo que nós temos e mais ninguém tem - porque todos os povos têm coisas que mais ninguém tem) que nos calharam em sorte. Assim, este texto é uma pequena e humilde ode às nossas idiossincrasias enquanto tugas.

           
        Há outros países com outras histórias para contar. Os EUA proclamam-se a maior das nações, em França reside a capital do amor, Itália alimenta o mundo com a sua cozinha, os ingleses falam a sua língua onde quiserem, os chineses existem à ordem de um para cada seis dos restantes terráqueos, e por aí em diante. Nós, os tugas, não queremos saber. Somos simples. Tanto formamos o maior império do mundo, como nos regozijamos com o recorde mundial de maior feijoada colectiva. Somos assim, sonhadores e ambiciosos, claro, mas sempre terra-a-terra, olhos nos olhos, sinceros de alma.
        Ontem, o maior do mundo - depois de ter estado noventa minutos ocupado a ser o melhor do mundo, no desporto mais jogado do mundo, onde marcou três golos debaixo da mira dos olhos do mundo -, do alto duma mística aura que paira sobre os seus ombros e de toda a veneração que conseguiu obter e merecer, do mundo, reduzindo-se à sua primária condição de mais um de nós, mais um dos tugas, consegue soltar um simples: “Ah, é verdade. Oh Onofre!!, pede a bola de jogo!”, após o jornalista tuga o alertar para o facto de ele se ter esquecido da bola com que marcou os três golos. Não fosse isto já pérola suficiente para nos encher as medidas, passado um minuto passa o cabrão do Onofre* e manda aquela bojarda em voz off: “Éjomaior do mundo, caralho!!”. O maior do mundo ri-se, com ar comprometido. Sim, sou o maior do mundo, mas este Onofre é fodido.
        Somos assim, gajos fixes. E um tuga é sempre um tuga e entre tugas não há cá merdas, é “eu cá, tu lá”. E é assim que tem de ser.
      





*não sei se era, de facto, o cabrão do Onofre quem gritou “Éjomaior do mundo, caralho!!”, mas, ainda que fosse outra pessoa, o texto manteria o mesmo sentido e, além disso, a história tem mais piada assim. Afinal, quem diz apenas a verdade, não merece ser escutado.

4 comentários:

Morales disse...

Fds! Se este gajo não é o melhódómundo, em tudo aquilo em que se pode ser o mlhódómundo, então não sei quem é. Fds! Fds crlho!! O gajo é o maior crlho!!! É ou não é fds?!?! Claro que é crlho!!!!


CRISTIANO FAZMUMFILHO!!!!!!

Morales disse...

(melhor definição do tuga de sempre)

Xadão disse...

"Se este gajo não é o melhódómundo, em tudo aquilo em que se pode ser o mlhódómundo"

Consideras portanto que o nosso menino é o máiordómundo em todas as áreas possíveis de se eleger alguém melhor do mundo? Tipo, o Estiander é o máiordómundo em lançamentos de anões? A construir castelos de cartas, a cuspir em distância (há campeonatos disto) e em pesca desportiva de linha solta?

Ok.

Concordo contigo.



Kiko Pedreira disse...

Em lançamentos de anões também comprovo.
Ainda me dói a anca.