Intróito: Este não é um texto bacoco de exaltação
dos tugas. É só um texto de exaltação dos tugas. Porque o sou e porque tenho
orgulho nisso. Bem sei que todos os povos são diferentes. Nem melhores,
nem piores. Mas eu gosto dessas diferenças e gosto, sobretudo, das idiossincrasias (ou seja, aquilo que nós
temos e mais ninguém tem - porque todos os povos têm coisas que mais ninguém
tem) que nos calharam em sorte. Assim, este texto é uma pequena e humilde ode às
nossas idiossincrasias enquanto tugas.
Há outros
países com outras histórias para contar. Os EUA proclamam-se a maior das
nações, em França reside a capital do amor, Itália alimenta o mundo com a sua
cozinha, os ingleses falam a sua língua onde quiserem, os chineses existem à
ordem de um para cada seis dos restantes terráqueos, e por aí em diante. Nós,
os tugas, não queremos saber. Somos simples. Tanto formamos o maior império do
mundo, como nos regozijamos com o recorde mundial de maior feijoada colectiva.
Somos assim, sonhadores e ambiciosos, claro, mas sempre terra-a-terra, olhos
nos olhos, sinceros de alma.
Ontem, o maior
do mundo - depois de ter estado noventa minutos ocupado a ser o melhor do
mundo, no desporto mais jogado do mundo, onde marcou três golos debaixo da mira
dos olhos do mundo -, do alto duma mística aura que paira sobre os seus ombros
e de toda a veneração que conseguiu obter e merecer, do mundo, reduzindo-se à
sua primária condição de mais um de nós, mais um dos tugas, consegue soltar um
simples: “Ah, é verdade. Oh Onofre!!, pede a bola de jogo!”, após o
jornalista tuga o alertar para o facto de ele se ter esquecido da bola com que
marcou os três golos. Não fosse isto já pérola suficiente para nos encher as
medidas, passado um minuto passa o cabrão do Onofre* e manda aquela bojarda em
voz off: “Éjomaior do mundo, caralho!!”. O maior do mundo ri-se, com ar
comprometido. Sim, sou o maior do mundo, mas este Onofre é fodido.
Somos assim, gajos fixes. E um tuga é sempre um tuga e entre tugas não há cá
merdas, é “eu cá, tu lá”. E é assim que tem de ser.
*não
sei se era, de facto, o cabrão do Onofre quem gritou “Éjomaior do mundo, caralho!!”, mas, ainda que fosse outra pessoa, o
texto manteria o mesmo sentido e, além disso, a história tem mais piada assim. Afinal, quem
diz apenas a verdade, não merece ser escutado.
4 comentários:
Fds! Se este gajo não é o melhódómundo, em tudo aquilo em que se pode ser o mlhódómundo, então não sei quem é. Fds! Fds crlho!! O gajo é o maior crlho!!! É ou não é fds?!?! Claro que é crlho!!!!
CRISTIANO FAZMUMFILHO!!!!!!
(melhor definição do tuga de sempre)
"Se este gajo não é o melhódómundo, em tudo aquilo em que se pode ser o mlhódómundo"
Consideras portanto que o nosso menino é o máiordómundo em todas as áreas possíveis de se eleger alguém melhor do mundo? Tipo, o Estiander é o máiordómundo em lançamentos de anões? A construir castelos de cartas, a cuspir em distância (há campeonatos disto) e em pesca desportiva de linha solta?
Ok.
Concordo contigo.
Em lançamentos de anões também comprovo.
Ainda me dói a anca.
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