segunda-feira, 23 de julho de 2012

Outro dia...


...estava à entrada do meu prédio e vi uma pessoa. Sexo masculino, óculo preto de massa, cabelo curto e propositadamente mal cortado, alargador na orelha, uma ou outra tatoo e t-shirt às riscas horizontais, estreitas, pretas e encarnadas. Típico gajo bloquista - (assunção que fiz não apenas quando o vi assim vestido, mas também quando este ser abriu a boca - discurso e indumentária apontavam ambos para uma, e só uma, solução ideológica).


Fulano tal estava acompanhado do seu cão, um pit-bull. Eu estava acompanhado da minha cadela, uma não-pitbull. Perguntei a esta mente iluminada se o bicho mordia pois tencionava fazer uma festa ao mais recente amigo da minha Pipa. Ouço a seguinte resposta: "É um cão. Isto é só um cão. Como os outros.". E depois começou a enveredar pelo caminho de que quem faz o cão não é a raça, mas o dono, etc. Penso que o apanascado leitor perceberá onde quero chegar. Enfim, o tom não era zangado ou de reprimenda. Denotei intenções pacíficas e democráticas no discurso, ao mesmo tempo que senti aquela arrogância destes bloquistas pseudo-paladinos da "liberdade de cada um desde que a mesma não interfira com a liberdade dos outros", que pensam que quem não pensa da mesma maneira que eles deve ouvir o que eles têm para dizer porque eles, que sabem a verdade das coisas, não se importam de nos ensinar como devemos pensar. Confesso que não fiquei para o cruzar de espadas argumentativas que se seguiria se eu me dignasse a responder a esta personagem. Para mim parece-me óbvio que quem veja um pit-bull tome mais precauções do que quem vê um labrador. Um é conhecido por ter uma mordidela forte, ter visto a sua raça desenvolvida e apurada para a luta e pelos estragos que consegue fazer. O outro é conhecido por ter feito um anúncio de papel higiénico com o slogan "a Vida é boa!" (este, por seu lado é tema para falarmos mais tarde: A razão porque os artigos de limpeza do lar insistem em fazer anúncios com famílias no campo a saltitar e a sorrir muito felizes. Pessoalmente, uma líxivia não me aquece nem me arrefece.).

Enfim, gostaria de cronometrar o tempo que este gajo demorava a percorrer a distância que intermediasse entre si e o seu hipotético filho pequeno que, solto, se dirigisse a um rotweiller desconhecido para lhe fazer uma festa. Não seria certamente o mesmo se o bicho fosse um labrador.

Irritam-me estes pseudo-intelectuais que acham que sabem mais do que os outros. Anos e anos de percentagens de votação rídiculas nas legislativas significam alguma coisa e deviam dar direito "aos outros" de aplicar uns calduços nesta malta.


1 comentário:

Morales disse...

Tanto preconceito Xadão. O homem secalhar nem era bloquista. Era só urso..