Visto estarmos em época de balanços, e eu estar neste momento a "trabalhar" num open space ocupado apenas por mim, fica o vídeo que mais vezes foi tocado no meu computador este ano (na verdade deve ter sido este mas tem apenas uma música, ainda que brilhantemente interpretada) e que neste momento toca com volume no máximo aqui deste lado. É natal foda-se!! (not)
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
9 meses
Fez este fim de semana 9 meses que deixaste de me responder quando falo contigo e cumprem-se hoje 16 anos da morte da senhora que me trouxe para este mundo. Provavelmente não fazias ideia mas este ano cumpri uma data simbólica. Algures no início deste ano, houve um momento a partir do qual o tempo que vivi sem a senhora minha mãe passou a ser superior ao tempo que vivi com ela. Durante um breve milésimo de segundo, a minha vida podia ser dividida em duas partes exatamente iguais em tamanho: uma com e outra sem. Não é que tenha algum significado especial - não tem - mas deixa aquele amargo de boca de pensar que vivi mais tempo sem ela do que com ela. Parece que ela a partir de agora vai tendo cada vez menos importância no quadro geral que é a vida. O tempo tem desta coisas, é dum pragmatismo que muitas vezes se confunde com insensibilidade. Nesta maldita época do ano, confesso que são raros os momentos em que encontro alguma luz que me ilumine os dias (como, de resto, se pode perceber por estas linhas), mas hoje encontrei uma. Hoje apercebi-me que ainda tenho mais de 29 anos até tu pertenceres a essa tal parte "menor" da minha vida. Tudo bem...não são 29 porque eu até aos meus 17/18 anos não fazia ideia quem era Jubatty King of the Party. Mas são pelo menos uns 12 anos. Ainda temos 12 anos pela frente foda-se!!! Até lá prometo habituar-me ao teu silêncio nas nossas conversas.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Obrigadinho!
Há uma coisa que não percebo.
Todos os animais têm alguma coisa que os
ajude naquilo que precisam. Os leões precisam de caçar, o Senhor deu-lhes
dentes, garras e camuflagem. Deu menos tamanho às chitas, porém mais
velocidade. Deu visão às águias, veneno às cobras. Sem mais veneno na hora de
fazer as jibóias, encheu-as de músculo. E por aí em diante.
Mais abaixo na cadeia alimentar, os
caçados também têm com que se defender.
O elefante tem tamanho, tal como a girafa. E ao elefante ainda lhe deram
dentes, não vá um leão mais tarado querer atacá-lo. O gnu tem cornos, o
rinoceronte, chifres. Até a merda das springboks
têm uns corninhos amorosos que sempre podem ajudar para qualquer coisa.
Parece tudo fazer sentido num equilíbrio
que é necessário.
Sucede que chegamos a um animal em que
apenas podemos concluir que Ele fuma charros. Que bicho é esse? A zebra.
Sim. É suposto a Zebra fazer exactamente o
quê com aquilo que lhe deram?
Não é especialmente rápida, não é
especialmente grande, nem forte, nem ágil. Cornos não tem, veneno não tem,
dentes só mesmo para mastigar a relva. Um pobre cavalo coitado no
meio de uma selva infestada de leões, crocodilos, hienas, chitas, leopardos.
Mas o que me faz mais impressão nem é isso
tudo. O que me faz mais impressão é como a vestiram. Só dá para rir cada vez
que imagino a zebra vestida às riscas pretas e brancas (às riscas!!) a tentar confundir-se no
meio da bicharada. É o mesmo que a Paula Bobone tentar passar despercebida numa
loja da Coronel Tapioca.
Imagino a reacção da zebra quando fizeram
a distribuição dos outfits. Incrédula,
dois minutos de boca aberta, a olhar para o que lhe deram. E mais ainda quando
vê o resto do pessoal a equipar-se para a guerra. Olha para o lado, e um
elefante a entrar numa pele grossíssima, a tartaruga com um escudo nos
costados, o gnu a pôr os cornos e ela com um vestido da Mango.
Leio a Wikipedia na busca de um sentido
para aquelas riscas disruptivas duma paisagem seca. Ninguém sabe bem. Várias
teorias se perfilam. Pois bem, não me atirem areia para os olhos. Para mim, não
passa de um momento de relaxe do Senhor - em milhões de anos, coitado, também
tem direito. E provavelmente só não mandou a zebra vestida de Carmen Miranda cá
para baixo, porque Nossa Senhora Lhe entrou pelo quarto adentro e pôs travões
na brincadeira. Apeteceu-Lhe debochar na zebra. Só pode ser isso. É gozo, é
brincadeira, é reinação do Criador.
Sim, a mim não me enganam. A zebra é puro
escárnio divino.
* a sério, não brinquem comigo!
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Preso 44
Este texto de Vasco Pulido Valente não pretende concluir, mas apenas ofender. É um direito que lhe cabe e que nos cabe.
Nem sempre me apraz especialmente sugerir a leitura de outros textos, uma vez que gosto de escrever os meus. Mas quando há que tirar o chapéu, tira-se o dito. A verdade é que VPV consegue explicar, e ofender, de forma sublime, o preso, algemado pela própria bimbalhice.
Fica link e texto.
"Opinião
Um fingidor
28/11/2014
- 05:52
Como
o resto do país, não sei nem me cabe saber se o prenderam justa e
justificadamente. Sei – e, para mim, chega – que o homem é um fingidor.
Nunca gostei da personagem política “José Sócrates”, desde a
campanha para secretário-geral do PS (em que ele prometeu não aumentar impostos
que, de facto, aumentou) até à sua ascensão a primeiro-ministro, muito ajudado
por Pedro Santana Lopes e pela reputação de autoritário que entretanto
adquirira.
Não
tranquiliza particularmente ser governado por um indivíduo que se descreve a si
mesmo como um “animal feroz”, nem por um indivíduo que prefere a força política
e legal à persuasão e ao compromisso. Se o tratam mal a ele agora, seria bom
pensar na gente que ele tratou mal quando podia: adversários, serventes,
jornalistas, toda a gente que tinha de o aturar por necessidade ou convicção.
Sócrates florescia no meio do que foi a sufocação do seu mandato.
O
dr. António Costa quer hoje separar os sarilhos de um alegado caso criminal do
seu antigo mentor da política do Partido Socialista e do seu plano para salvar
a Pátria. O que seria razoável, se José Sócrates não encarnasse em toda a sua
pessoa o pior do PS: o ressentimento social, o narcisismo, a mediocridade, o
prazer de mandar. Claro que, como qualquer arrivista, Sócrates se enganou
sempre. Começou pelos brilhantíssimos fatos que ostentava em público, sem jamais
lhe ocorrer se as pessoas que se vestiam “bem” se vestiam assim. Veio a seguir
a “licenciatura” da Universidade Independente, como se aquele papel valesse
alguma coisa para alguém. E a casa da Rua Braamcamp, que é o exacto contrário
da discrição e do conforto e último sítio em que um político transitoriamente
reformado se iria meter.
Depois
de sair do Governo e do partido, Sócrates mostrava a cada passo a sua
falsidade, não a dos negócios, que não interessam aqui, mas da notabilidade
pública, por que desejava que o tomassem. Resolveu estudar em Paris, para se
vingar da humilhação do Instituto de Engenharia e da Universidade Independente,
e resolveu fazer um mestrado em “Sciences Po”, sem perceber que o mestrado é
uma prova escolar de um estatuto irrisório. Em Paris, viveu no “seizième”, o
bairro “fino”, como ele achava que lhe competia, e, de volta a Lisboa, correu
para a RTP, onde perorava semanalmente para não o esquecerem: duas decisões
ridículas que só serviram para o prejudicar, embora estivessem no seu carácter.
Como o resto do país, não sei nem me cabe saber se o prenderam justa e
justificadamente. Sei – e, para mim, chega – que o homem é um fingidor."
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