quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

vaginal knitting (isso mesmo)

Há uns dias atrás, estava eu feliz e contente numa daquelas deambulações pela net, desprovidas de destino ou propósito, apenas guiada pelos impulsos pop-upianos que, ignorando o perigo que se aproximava, bati de frente numa idiotice. Por vezes acontece depararmo-nos com idiotices. Na net então é muito comum, pelo menos para mim que, estou convencido, as procuro inconscientemente. Esta idiotice em concreto deixou-me num nível de irritação tal que só agora encontrou paralelo no historial de pequenas e súbitas irritações que de vez em quando me assolam o espírito. Falo de "arte", assim mesmo, entre aspas. Falo daquelas manifestações públicas que por serem tão fora da caixa (essa puta dessa expressão que Portugal descobriu e agora parece não querer largar) e tão pouco usuais que são apelidadas de "arte". Não falo de pinturas abstractas que ambicionam a precisão de uma criança de 3 anos, nem de filmes à la César Monteiro que, como o próprio tratou de explicar de forma suficientemente explícita, não ambicionam sequer o reconhecimento do público (acho que não estou a ir longe demais aqui, foi o próprio que disse que quer "que o público português se foda"). Esse tipo de manifestações artisticas são-no em consequência do reconhecimento de um público restrito, composto essencialmente por artistas. Esse tipo de manifestações não me chocam. Não me irritam. Não as compreendo, mas sou humilde o suficiente para simplesmente encolher os ombros e conceder que se alguém está disposto a pagar fortunas por determinado traço em fundo branco, é porque ele deverá valer isso. Sou muito Marshaliano nesse aspecto. Fui ensinado que o preço se justifica pela intercepção da curva da procura e da oferta (qualquer coisa assim) e não sou de questionar temas que não domino (not!). As que me irritam não são essas. Não. As que me irritam são as que são idiotas. O que as torna idiotas é que já é de mais dificil explicação, sobretudo quando falamos de algo - arte - cuja avaliação obedece ao mais relativo dos critérios: a estética. O que para uns é idiota, para outros é lifechanging, mas eu vou correr o risco e vou dizer: vão po caralho!! Há arte que de artístico só tem a cavalgadura que habita o cérebro de quem a faz. Foi o caso dessa idiotice com que me deparei há uns tempos. Não encontro o link, mas também não me apetece dedicar muito mais tempo ao tema, nem tão pouco dar-lhe mais umas views à pala. O que estava em causa era uma exposição (em Serralves senão me engano) e o vídeo versava sobre apenas uma das "obras" que estava em exposição. O "trabalho" consistiu em pôr um plástico de - vá - 5x3 metros no chão e de seguida, cerca de 10 pessoas, deslocaram-se para cima do plástico para, todos de jornal na mão, baixarem as calças até aos tornozelos e largarem ou uma poia ou uma poça de mijo (o critério a que obedeceram para fazerem uma ou outra não ficou claro) em cima do plástico enquanto liam o jornal. Foi o que aconteceu. Foi o que se viu no tal vídeo. Pessoas a cagar e a mijar para cima dum plástico, rodeadas de um público entusiástico (com elevada taxa de utilização de óculos de massa), que não se coibiu de aplaudir sonoramente assim que os intestinos e bexigas dos artistas tornaram inviável a continuação da mostra. Isto é idiota. Ponto. A única coisa mais idiota que isto é quem ousar contestar que isto é idiota.

Hoje dei com outra idiotice do género verdadeiramente idiota que só 10 pessoas a cagar e a mijar por uma mesma causa desconhecida consegue igualar. Trata-se da arte do Tricot Vaginal. Esta vaca do vídeo abaixo chegou aos 30 anos e percebeu que a única coisa que sabia fazer, para além de fazer tricot, era ser cabelereira. Mas como a montra que diariamente leva em cima dos ombros nunca pareceu chamar noinguém para os seus serviços de cabeleireira, decidiu apostar no tricot. Com uma nuance (é viciada em nuances): o novelo de lã está na snaita. Soberbo! Que gigantesca idiotice esta. É o que eu digo: o Cash e o Armstrong juntam-se para bater umas bolas e há 127 mil pessoas que acham isto digno de ser visto. Uma gaja decide fazer tricot com o novelo na cona e há mais de 2 milhões de pessoas que não perdem pitada. Foda-se. Qualquer dia o Sporting é campeão.

4 comentários:

Xadão disse...

Serve o presente comment para te alertar para o facto de teres conseguido inserir no nosso blogue a mais feia e mais carregada palavra do nosso léxico: 'c***´. Tão feia que nem a consigo escrever senão camuflada.

Um dos meus objectivos neste blogue sempre foi conseguir que o mesmo, ainda que só por uma vez, tivesse englobado no seu conteúdo as antípodas palavras do luso léxico no que toca ao grau de beleza. Trocando por miúdos, gostava de ter no blogue a palavra mais feia e a mais bonita de todas as palavras da língua portuguesa.

A mais bonita, que como sabes é 'floco'(ex-aequo com 'pinguim') já havíamos conseguido. Mas o que nunca tivera eu coragem foi de pôr a mais feia.

E cá está. Com toda a fineza, necessariamente inerente, aliás, a um post que versa sobre arte, cá vem o Morales despejar um granda 'c***'. Mesmo no fim. Mesmo quando já ninguèm estava à espera dele.

Imagino-te a escrever este post à noite, depois de um longo dia, de gravata a meia haste, num estado total de 'fuck it'. Fizeste 'send', fechaste o computador e foste fumar uma cigarrada e abrir uma mini. Fuck it!

Morales disse...

lol o estado de espírito era um bocado esse era. Agora que me alertas para a uilização da palavra-cujo-nome-não-devemos-pronunciar reparo que este post é um bocado imundo é: "snaita", "co**", "poça de mijo","puta", "foda"... olhando para o tema acaba por ser inevitável, digo eu.

Quanto a flocos e afins, já to disse, e repito: ESFINGE. Esfinge bate floco aos pontos (pinguim só pode ser piada). O único problema de "esfinge" é estar à distância de um typo para se tornar em "esfíncter". É a prova de que a perfeição está muito mais perto do desastre do que poderíamos supor.

Xadão disse...

O pinguim é piada, mas tu atiras-me um "esfinge"??

Não percebo.

E passas por cima de um "berbigão", "fanfarra", "solilóquio", "oóforo", etc., como se nada fosse. Como se tivessem a dignidade de um peão num tabuleiro de xadrez.

Nem te admito.

Fred disse...

Buhhhhh Censura....!